O enredo do Retail Park parece estar para lavar e durar!
Nota do Grupo de Trabalho Autárquico do BE-Braga
Quando em finais de 2005, pela primeira vez, o BE levou o caso à AM o assunto não mereceu, na ocasião, grande acolhimento. À parte as costumeiras desvalorizações do então líder da bancada socialista, apupando "o pequeno partido" de, à falta de "representatividade eleitoral", se enredar em jogos florais de "demagogia barata", tentando chamar as atenções ao criar falsas polémicas, e não obstante a reserva manifestada por outros membros da assembleia, nomeadamente do Presidente da Junta de S. Victor, aparentemente o "caso" morreria ali.
Eis senão quando, o assunto salta para as páginas dos jornais, (re)acende-se a polémica, e o projecto do Retail Park começa a ser escalpelizado. Generaliza-se a discussão de eventuais desvios do projecto inicial, da apropriação indevida de espaços públicos e, finalmente, os protestos dos moradores da zona irão forçar o reconhecimento de que nem tudo vai bem por ali. Do caminho público (ligação da Quinta de Passos ao Bairo da Alegria) que, no entender de responsáveis da Câmara Municipal de Braga, não era caminho mas apenas "atravessadouro", às promessas de que iria ser construída "uma alternativa", foi-se desfiando um rol de inquietações, reuniões, construções de benfeitorias, entre notícias e "desmentidos" oficiais, a obra foi avançando, a Comissão de Moradores vigiando, entre avanços e recuos autarcas e forças políticas acompanhando. Durou enquanto foi possível. A paz podre chegou ao fim.
E de novo, nos últimos dias, o Retail Park salta para as páginas dos jornais. Só que desta vez os ânimos incendiaram-se, os protestos subiram de tom, houve ameaças de embargo por via judicial. E de novo, as promessas, as reuniões, as benfeitorias...
Enquanto isso, a obra vai avançando sobre atravessadouros e jardins, atravancando acesso a garagens, entre nuvens de poeira, lama, chinfrineira de máquinas em movimento, desassossego e desconforto. Em suma, a obra vai avançando por cima da paciência, da capacidade de tolerância, do direito à qualidade de vida dos moradores na Quinta de Passos. Despudoradamente escavacando logradouros, invadindo a tranquilidade dos vizinhos, desbaratando reais expectativas de quem investiu sonhos e economias num sítio onde acreditava que seria bom viver. Afora, quanta ironia, o slogan oficial "É BOM VIVER EM BRAGA"!
Este é apenas mais um exemplo de tentativa do exercício da política do facto consumado. A estratégia - ou apenas tácticas a retalho? - de desenvolvimento que o executivo municipal, que nos (des)governa, se arroga o direito (legítimo) de definir e executar esbarra sempre num obstáculo incontornável: a opacidade dos objectivos e das decisões. Até quando?
Braga, 01 de Junho de 2007
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