Bloco de Esquerda :. Grupo de Trabalho Autárquico :. Braga

Actividade autárquica do Bloco de Esquerda no concelho de Braga - Mandato 2005/2009


domingo, janeiro 14, 2007

Eleita a Coordenadora Concelhia de Braga

A Assembleia Concelhia do Bloco de Esquerda elegeu a nova Coordenadora, que exercerá funções no próximo biénio. A sufrágio foram apresentadas duas listas, tendo a lista A obtido 69% dos votos, com 8 eleitos, e a lista B 31%, com 3 eleitos. Os membros da estrutura dirigente bloquista no concelho passam então a ser: João Delgado, 44 anos, professor, líder do grupo municipal do BE, António Lima, 54 anos, advogado, candidato à Câmara de Braga, Manuela Barreto Nunes, 44 anos, professora universitária, é mandatária do Movimento Cidadania e Responsabilidade pelo Sim , Custódio Braga, 49 anos, professor, é membro da Mesa Nacional do BE, José Gonçalves da Silva, 70 anos, aposentado, deputado municipal, Sofia Carvalho, 28 anos, escultora, José Carlos Santos, 46 anos, professor, programador de jazz, José Diniz Pinto, 55 anos, professor, eleitos pela lista A, e Victor Malheiro, 35 anos, vigilante, Isabel Malheiro, 41 anos, educadora de infância e Luís Marado Moreira, 20 anos, estudante universitário, eleitos pela lista B.


Programa Político para a Coordenadora Concelhia de Braga do Bloco de Esquerda

1. A presença da organização concelhia do BE em Braga tem invariavelmente vindo a crescer, acompanhando os melhores desempenhos das mais destacadas organizações locais do Bloco. Assim, a representação política nos órgãos autárquicos tem-se alargado e consolidado, a par da notoriedade e reconhecimento públicos, expressos nos resultados dos sucessivos actos eleitorais, tanto como na presença persistente na comunicação social local e nacional no que aos principais debates políticos e sociais diz respeito. No concelho de Braga, o Bloco veio para ficar. O futuro só poderá confirmar o potencial de crescimento do nosso movimento.


2. As referências de fundo do programa político da nossa lista situam-se nos documentos fundadores do BE, nas moções de orientação aprovadas na última Convenção e nas directivas da Mesa Nacional. Quando Coordenadora Concelhia, comprometemo-nos a colaborar no cumprimento do programa político da Coordenadora Distrital em exercício, sufragado em plenário de Junho de 2006. As tarefas que temos pela frente têm a dimensão do desígnio estratégico de implantar e dinamizar um movimento popular e socialista que, nestes tempos de maioria absoluta do PS social-liberal, se bata pela hegemonia nas múltiplas e variadas lutas dos explorados contra o capitalismo.


3. Um movimento político com compromissos como os nossos só o é com muitos milhares de aderentes activos e participativos nas lutas sociais e na vida interna do Bloco. A reinvenção da militância de esquerda, no quadro reconhecido das suas incontornáveis liberdade e pluralidade, exige massa crítica. A organização do Bloco, o conjunto dos seus militantes, deve reflectir a diversidade e o dinamismo das classes trabalhadoras da actualidade, abrangendo as variedades etárias, de género, profissionais e culturais. A Mesa Nacional de 8 de Dezembro incumbiu a organização de levar a cabo uma campanha para novos aderentes. Quando Coordenadora, comprometemo-nos a alargar o número de aderentes no concelho, bem como a cumprir o objectivo do programa da C. Distrital de criar núcleos subconcelhios. A multiplicação dos militantes e aderentes exigirá a intensificação da vida interna da organização, a agilização da comunicação e da circulação da informação, a experimentação de novas modalidades de intervenção política, social, cultural e comunicacional.


4. A intervenção nos órgãos do poder local continuará a ser um dos esteios da nossa intervenção pública. O crescimento da nossa representatividade responsabiliza-nos por uma prestação cada vez mais qualificada e eficiente. Vivemos uma fase de fim de época. A maioria que governa a cidade há 30 anos está exaurida. Significativas mudanças são previsíveis a curto prazo. O Bloco deve acentuar cada vez mais o seu papel propositivo, acrescentado ao seu já reconhecido papel protestativo. A começar pelas juntas de freguesia, os eleitos do Bloco serão confrontados com o exercício de funções executivas. Temos vindo a acumular experiência e saber, e já dispomos de um pequeno grupo de quadros autárquicos que deve ser o fulcro de uma representação no poder local alargada e influente. A nossa lista inclui, de entre os autarcas eleitos pelo Bloco no concelho de Braga, todos os que são militantes do BE.


5. A variedade e a novidade de uma grande parte dos conflitos sociais compõem a complexidade do quadro das relações de força políticas que caracterizam a actualidade, mesmo num contexto de relativa baixa tensão, como este em que temos vivido. O Bloco bate-se pela hegemonia no movimento popular, por isso não pode descurar nenhuma frente de conflitualidade. Algumas velhas e novas causas têm tido ou começam a ter boa resposta da parte da nossa organização, como é o caso dos estudantes e da sua resistência às reformas neo-liberais nos ensinos secundário e universitário. Também temos uma intervenção atenta nas lutas dos trabalhadores, nomeadamente nos casos extremos das ameaças de desemprego, apesar de continuarmos com uma insuficiente presença no movimento sindical e nas comissão de trabalhadores, situação que temos que inverter. Mas há outras frentes em que é preciso inaugurar uma intervenção orgânica e continuada. Urge criar um grupo de trabalho para as questões ambientais, que, num concelho quase exclusivamente urbano, por via do modelo de crescimento selvagem seguido, se agravam cada ano que passa. Importa, ainda, com a exigência que lhes é própria, aumentar a influência do BE nos debates culturais e ideológicos. Seja em contextos nacionais, como é o caso da despenalização do aborto, seja em contextos locais, como foi o caso da ex-estátua de um cónego, devemos aumentar a nossa capacidade de intervenção, multiplicando os debates públicos, solicitando a comunicação social local, usando mais frequentemente os nossos próprios meios de comunicação, o que passa, também, pela utilização mais pública das potencialidades da própria sede concelhia.


6. É nossa convicção que os muito próximos tempos trarão um crescimento explosivo do Bloco. É uma prioridade absoluta que a nossa organização leve a cabo a formação dos quadros de que carece para resolver do melhor modo essa previsível vaga de crescimento.