Crítica do BE ao Plano 2007
Nota à Comunicação Social
A Comissão Coordenadora Concelhia do Bloco de Esquerda reuniu ontem, segunda-feira, tendo analisado as linhas gerais das Opções do Plano da Câmara Municipal de Braga para 2007. Sem prejuízo de posterior aprofundamento desta análise pelo Grupo de Trabalho Autárquico, a Concelhia do BE manifesta desde já profundas reservas em relação ao documento em debate.
Considerando apenas as grandes opções propostas pela maioria socialista, verifica-se que, na generalidade, ou se trata de corrigir erros cometidos ou de novos erros que se anunciam.
Começando pela Cultura, repete-se, em tom de perdedor inconformado, a ideia da “capital da cultura de todos os dias”, ignorando que esta Câmara cultiva uma atitude de distância em relação aos principais agentes culturais da cidade, desde que os mesmos não se sujeitem à vénia disciplinada.
Na Educação ainda se fala na requalificação de alguns edifícios, como se isso não fosse uma prioridade com décadas e não valesse mais do que os apoios ao futebol profissional.
Na Renovação Urbana a grande aposta é no prolongamento do túnel da Avenida da Liberdade, numa obra que terá certamente custos multiplicados em relação aos que teria se tivesse sido executada de uma só vez, como previa o projecto de zona pedonal para o centro da cidade. Mais uma vez ganharão os amigos do betão com esta obra.
Passando ao Ambiente, fala-se na criação de um parque arborizado em Lamaçães, que é bem-vindo mas muito atrasado, porque deveria estar criado desde que se iniciou a urbanização desta freguesia, devendo mesmo o seu custo ser suportado pelos empreiteiros que construíram as colmeias humanas que são muitas das áreas edificadas nos últimos anos. Quanto à “renaturalização” do Rio Este a própria designação diz tudo: trata-se de remendar um erro cometido pela Câmara quando avançou para o encanamento do rio, não ouvindo os protestos das associações ambientalistas e cívicas que desde sempre condenaram este atentado ecológico.
No Desporto volta a realçar-se a Piscina Olímpica, mais um investimento megalómano e direccionado para a alta competição, para um concelho que não tem infraestruturas condignas para o desporto escolar no primeiro ciclo e tem uma rede de piscinas que deveriam ser cobertas e climatizadas para servirem as populações durante todo o ano.
Terminam as grandes opções com um portal na Web para a Juventude e algumas iniciativas avulsas, enquanto nas Actividades Económicas o destaque vai para um projecto cuja localização em Braga nada deve às políticas camarárias, o Instituto Internacional de Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico.
Por tudo isto a Coordenadora Concelhia do BE manifesta a sua oposição ao Plano proposto, lamentando a total insensibilidade da maioria socialista (salvo aspectos pontuais como a ciclovia) às sugestões apresentadas pelas oposições e membros da sociedade civil. “Braga para todos” continua a ser uma urgência de cidadania.
Braga, 14 de Novembro de 2006
A Comissão Coordenadora Concelhia de Braga do Bloco de Esquerda
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